A educação audiovisual é um campo híbrido que articula saberes, processos e práticas dos campos da educação, da educomunicação e das artes. Na Semente, as práticas educativas com o audiovisual no chão da escola e das comunidades contribuem para promover a sensibilização dos olhar sobre o mundo, vivificar as relações dos estudantes com o outro, com o conhecimento e a natureza, e assim qualificar as experiências de aprendizagem tanto do ponto de vista cognitivo quanto socioemocional.

Nessa palestra introdutória sobre o tema, vamos apresentar os três eixos constituintes da educação audiovisual nas escolas na perspetiva da Semente – o cineclube escolar, os dispositivos de criação e a produção de narrativas audiovisuais. Tais eixos, quando articulados, podem fazer florescer diversas estratégias de aprendizagens e processos criativos, de forma articulada com o currículo e com a proposta político-pedagógica da escola.

Quando a linguagem audiovisual entra na escola, ela pode ser mobilizada de muitas formas: enquanto recurso ilustrativo do conhecimento, enquanto entretenimento ou enquanto dispositivo instaurador de metodologias ativas e colaborativas. Na Semente, entendemos que o cineclube é o modo de entrada mais potente e a base das práticas de educação audiovisual na escola.

O cineclube promove momentos de sociabilização e horizontalização entre estudantes, professoras e funcionários da escola, abrindo espaço para o fortalecimento dos vínculos afetivos e a mobilização de ações e estratégias de mediação de aprendizagens colaborativas. Além disso, o cineclube escolar contribui para a adequação à Lei 13006/2014, que obriga a exibição de filmes de produção nacional nas escolas de educação básica, ampliando o repertório cultural dos estudantes e possibilitando a produção e exibição de obras produzidas pela e a partir da própria escola.


Nessa palestra vamos refletir sobre as possibilidades educativas e criativas que afloram com a implementação de um cineclube na escola ou na comunidade, apresentar relatos de experiências e sintetizar as etapas e processos necessários para colocar em prática.

Nas práticas de Educação Audiovisual o que ganha centralidade é a possibilidade de promover encontros e conectar mundos. Escola e território, educando e comunidade, natureza e cidade, memória e conhecimento, corpo e imaginação, pontes as mais diversas entre saberes, pessoas, lugares, experiências e afetos. Isso ocorre por força da singularidade da linguagem audiovisual e da dinâmica de produção de imagens e sons.

Ao estabelecer percursos criativo-pedagógicos audiovisuais, as educadoras e educadores mobilizam experiências de investigação, descobertas e aprendizagens que se consolidam a partir da ampliação de horizontes, da expansão criativa do ser e do saber, da atenção e do cuidado de si e do outro, e de transformações benéficas dos mundos internos e externos dos educandos, educadores e suas comunidades; constituindo um processo educativo multicultural, com a contribuição de múltiplas linguagens e articulado ao currículo escolar, abordando os objetos do conhecimento seja a partir do saber disciplinar, ou nas modalidades inter e transdisciplinar.


Nessa palestra, vamos refletir sobre o tema a partir das experiências concreta da Semente em escolas e comunidades da Paraíba, e apresentar conceitos e processos que ajudam a pensar e instaurar processos criativo-pedagógicos em seu território educativo, no formato presencial, híbrido ou remoto, levando em consideração as suas condições técnicas e tecnológicas, assim como a de seus educandos.